Adiado, Enem deve ser realizado em novembro
O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira que as novas datas das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) serão anunciadas nos próximos dias e devem ser remarcadas para novembro. O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) já tem uma segunda prova pronta. O exame foi cancelado depois de o jornal 'O Estado de São Paulo' revelar o vazamento das questões da prova. O Ministério da Educação afirmou que os estudantes inscritos serão comunicados sobre a nova data. O órgão também disse, por meio da assessoria de imprensa, que os locais das provas serão mantidos e não será necessário refazer a inscrição - tampouco o processo será reaberto para novos estudantes. Em razão do adiamento, a divulgação do resultado final das provas, inicialmente prevista para 8 de janeiro, deve sofrer atraso de aproximadamente um mês. Segundo Haddad, o adiamento não causará prejuízo a quem usará o Enem em processos seletivos de universidades e para requisição de bolsas do Prouni. Haddad também afirmou que já solicitou ao Ministério da Justiça e à Polícia Federal a investigação de eventuais responsabilidades criminais pela quebra de sigilo. "Eu tenho a esperança que essas pessoas sejam rapidamente identificadas, até porque foram muito amadoras no contato com os jornalistas do 'Estado'". O MEC afirmou que a PF iniciará as investigações em São Paulo, origem da denúncia e onde está localizada a gráfica que imprimiu as provas. Segundo o ministro, o custo para a reimpressão dos exames será de 30% dos R$ 116 milhões necessários para a realização do exame - uma despesa adicional de cerca de R$ 44,4 milhões. O jornal foi contatado na tarde de ontem por um homem que disse, por telefone, ter as duas provas que seriam aplicadas no sábado e no domingo. Ele propôs entregá-las à reportagem em troca de R$ 500 mil. "Isto aqui é muito sério, derruba o ministério", afirmou o homem. Os jornalistas verificaram a veracidade do conteúdo sem se comprometer com a compra e repassou as informações ao Ministério da Educação. O encontro no qual o Estado viu trechos da prova aconteceu ontem à noite, na zona oeste de São Paulo. O homem que telefonou estava acompanhado de outra pessoa. Eles disseram ter recebido o material na segunda-feira, "de Brasília, de gente do Inep, do MEC (Ministério da Educação)", e que o esquema de fraude envolve cinco pessoas. "Ninguém aqui é bandido, ninguém tem ficha na polícia, nós dois temos emprego", disse. Ele afirmou que viu na situação a oportunidade de ganhar dinheiro. "Não tenho motivação política." Seu companheiro, mais incisivo, cobrou da reportagem uma posição sobre o pagamento dos R$ 500 mil. "Isto aqui é muito grande, eu não quero correr o risco de morrer por nada." Diante da negativa da reportagem, ele se impacientou. "A gente vende isto aqui até por mais dinheiro", disse, revelando a intenção de procurar emissoras de TV. Fonte: www.yahoo.com.br
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